Murielle |
“Sou
aluna do curso superior de Agroecologia do Instituto Federal da Paraíba Campus
Picuí e, nesta quarta-feira, 18 de abril na aula de Legislação Agrária e
Ambiental, ministrada pela professora Débora Karenine, foram debatidos os
conflitos ambientais provenientes da construção da usina de Belo Monte. Em
seguida, a professora nos apresentou dois vídeos um mostrando os argumentos
favoráveis à construção da usina - Tempestade em copo d’água - e outro com
argumentos contrários, - Movimento a gota d’água-. Ao final da aula a
professora sugeriu que fosse feita uma resenha crítica à respeito da exposição
da temática e dos filmes vistos em sala de aula. No sábado, ao realizar minha
atividade , resolvi postá-la no mural da minha rede social (Facebook)
expondo assim ao público minha opinião sobre o assunto abordado em sala de
aula, e, para minha surpresa, alunos, professores e demais profissionais,
começaram a colocar seu ponto de vista, suas sugestões, além de relatos de
pessoas que já moraram na localidade atingida pela construção do
empreendimento. Hoje a postagem conta com 74 comentários.” Disse Murielle
Magda.
Segundo
ela dentre os mais de 70 comentários o que mais a chamou atenção
foi a da colega de curso Luíza Guimarães que disse:
Luiza |
“Em
pleno século XXI vejo pessoas com ao menos o mínimo de escolaridade pensando
apenas no seu próprio futuro e no futuro daquela minoria que governa não só o
mundo mais o nosso belo País. Sou Brasileira, sou Nordestina, Sou Paraíba,
nasci em um mundo voltado para tecnologia, tenho acesso às águas, energia,
tenho notebook, ar condicionado, escolas de boas qualidades, universidades
à‘minha’ disposição, carro para andar. Mas não tenho mais, o ar puro, não tenho
contato com a natureza, choro quando vejo um arvore sendo derrubada. Não quero
e não vou aqui fazer nenhum apelo e sim mostrar minha opinião e revolta. Já que
vivemos em um mundo democrata, vamos parar de olhar para o nosso próprio
umbigo, vamos parar de enriquecer quem só ganha em cima de nós mesmos, vamos dá
valor ao NOSSO.
Que
ainda asseverou sobre sua origem, que reflete a miscigenação do nosso país:
“Eu sou
branca, sou amarela, meus ancestrais são NDIOS e agora não quero que o meu
passado seja esquecido como tanta história que está sendo jogada nas latas de
lixos tóxicas. Quero um País melhor agora, amanhã, quero meu filho, quero o seu
filho, quero os nossos netos brincando, respirando e vivendo em um Paiís/mundo
que dê aos menos o mínimo do que eles também merecem. Eu sou uma estudante de
AGROECOLOGIA, que digo NÃO à Belo Monte! Quero pensar no presente e no futuro,
quero um Brasil verde, lindo, longe de catástrofes ambientais. (Já dizia meu
saudoso Renato Russo: Mas o Brasil vai fica rico vamos faturar um milhão.
Quando vendermos todas as almas dos nossos índios num leilão) Vai ser agora,
Belo Monte? Não. Eu não deixarei que seja agora, ou melhor, NUNCA!”. Concluiu
Luiza
A
mobilização fez com que alunos de todos os períodos do curso se movimentassem e
debatesse sobre o caso, sempre com muito respeito, postura esta que nos é
incentivada em sala de aula, pois é a base do nosso curso. A aluna Carisa Rocha
do 5º período expressou:
"Eu
acredito que necessite sim um desenvolvimento local e uma melhora de vida para
a região, pois falar que eles vivem bem enquanto você está utilizando seu
computador sobre o ar condicionado, ventilador, geladeira é muito fácil, afinal
ninguém passa pelos problemas com falta de conforto que eles possuem.
Só que
existe uma máscara tão grande empregada por trás da obra que no fundo sabemos
que ficaremos sem o verde, sem a terra, e que possivelmente sem o
desenvolvimento local prometido. Sem crítica a opinião alguma, pois respeito à
visão alheia do problema, mas é notório que a população não vive
confortavelmente, e é gritante a disparidade em questão de desenvolvimento da
região. Estou em prol do Meio ambiente e claro da melhora de vida de toda
humanidade, ou seja, podemos utilizar alternativas para o projeto "Belo
Monte" afinal, temos que pensar na evolução local e do presente, bem como
na falta que os recursos fará futuramente. Não vejo a represa como a melhor
alternativa. Já que somos detentores de conhecimento alternativo, pode sair
mais caro (economicamente) só que fará uma bem danado aos meus filhos. E
gasto por gasto, infelizmente no Brasil sempre têm um "caixa dois",
então meu bolso irá sentir da mesma forma, então que seja por algo viável!."
Disse carisa
Não só
os alunos de Agroecologia manifestaram-se sobre a usina, a Engenheira Agricola
Soahd Arruda também contribuiu com o nosso debate:
A
humanidade vive o seu apogeu de consumo energético e de consumo dos recursos
naturais como um todo...Uma população de mais de 7 bilhões de pessoas e sem por
o pé no freio em nome da economia, do lucro dos detentores do capital..parece
conversa de comunista...já foi, agora é de um grupo de pessoas que pergunta se
dinheiro mata a sede e dá de comer...quando não tiver os recursos do qual a
natureza realmente nos deu...
Thiago
Anderson, recentemente formando do curso de agroecologia do IFPB Campus
Picuí, dando uma sugestão nos escreveu:
Ao invés
de gastar rios de dinheiro com uma construção que vai degradar o ambiente de
varias formas, porque não investir todo este dinheiro na energia solar,
procurando baratear os custos da mesma, possibilitando assim que toda casa
possa usufruir de uma energia menos agressiva,.devemos lembrar que temos
sol o dia inteiro e vai demorar muito para que esse sol se apague,por outro
lado, temos que preservar as nossas fontes de água e florestas,dentre outras
coisas.”
Para
finalizar, um relato de alguém que viveu a realidade da região:
Prissana Louize |
“É muito
fácil falar que é contra ou a favor, pois bem vou dar minha opinião! Sou
totalmente a favor! Só quem sabe o que se passa em Manaus é quem convive ou já
conviveu!Eu posso falar com todas as letras, a vida deles não é nem o dobro do
que agente vive aqui, lá além de ser muito quente, falta a energia todo dia,
quero ver se alguém queria passar pelo uma semana lá, só para ver como eles
sofrem! Sei que por eu ser aluna de Agroecologia deveria ser contra, mas
eu penso nas pessoas de lá, estou dizendo tudo isso porque sei o que eles
passam, já passei por isso, nasci e fui criada muitos anos lá, então sou a
favor!. “ Disse Prissana Louize
"
O importante é perceber que quase todas as postagens são de jovens, o que nos
mostram que, na contra mão do que a sociedade impõe, estão se engajando, se
informando, participando, e começando a perceber que precisamos melhorar as
nossas decisões, precisamos pensar mais, entender mais, concordar e também
discordar mais, acredito que estamos despertando e percebendo que não podemos
ver o nosso Brasil ser liderado por pessoas que só levam em consideração o seu
próprio ponto de vista, pessoas que só pensam em seu próprio bem estar, e ao
mesmo tempo só querem é colocar os nossos dinheiro no bolso e ficar por isto
mesmo. O que mais me chama atenção é a participação desses estudantes
universitários em um debate tão importante e atual, que ainda anda muito
esquecido tanto pela mídia quanto pela população brasileira. Então pessoal
vamos nos alertar e começar a observar o que anda acontecendo com o nosso
patrimônio ambiental e independente de raça, religião e partido político,
precisamos lutar juntos por uma sociedade digna e justa para todos, pois, se
assim não for, qual o futuro que vamos deixar para o nosso filho? Quais exemplos
eles irão seguir? E, ainda sobre a questão de Belo Monte, há muito que se
analisar e discutir, mas mesmo assim, deixo a seguinte mensagem: "Plante
dois tipos de semente: a natural e a espiritual. A primeira contribui para a
preservação da natureza. A segunda para a preservação da sua alma e para a
demonstração de AMOR AO PRÓXIMO.”. Concluiu Murielle Magda
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