De
acordo com a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba
(CDRM), graças à geologia diversificada, envolvendo rochas que vão desde o
período pré-cambriano (2.5 bilhões de anos) até os dias atuais, e à
disponibilidade de ambientes geologicamente propícios, o Estado da Paraíba é
considerado muito rico em bens de origem mineral. Conforme dados da publicação
“Geologia e recursos minerais do Estado da Paraíba: texto explicativo dos mapas
geológicos e de recursos minerais do Estado da Paraíba”, editado pelo
Ministério de Minas e Energia, em conjunto com a Secretaria de Minas e
Metalurgia e o CPRM-Serviço Geológico do Brasil, foram cadastradas até hoje
2.008 ocorrências minerais distribuídas no território paraibano, englobando
minerais metálicos, não-metálicos e energéticos.
Dados
divulgados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) mostram que,
dos R$ 270,8 milhões arrecadados com a produção mineral da Paraíba no ano
de 2007, por exemplo, 75% referiram-se aos minerais não-metálicos – minerais
industriais e de uso na construção civil que envolvem água mineral, areia
(industrial, comum, plástica e refratária), bentonita, calcário, caulim,
cianita e outros refratários, feldspato, leucita e nefelina sienito, mica,
quartzo, rochas britadas e cascalho, rochas ornamentais e saibro. Os 25%
restantes, referentes às substâncias metálicas, foram representados por
minerais de titânio (ilmenita e rutilo) e zircônio (zirconita).
Ainda
segundo o estudo citado, dentre os minerais não-metálicos, que corresponderam a
R$ 203,26 milhões em arrecadação, cinco deles responderam por 84,14% do valor
da produção desta classe: bentonita, água mineral, brita, calcário e rochas
ornamentais. A bentonita liderou o valor da produção geral com R$ 76,67
milhões.
“Ressalte-se
que os números se referem apenas à produção de bens brutos e beneficiados
referentes à produção originária de áreas com Portaria de Lavra, apurada pelo
DNPM, por meio dos Relatórios Anuais de Lavra (RALs) apresentados pelos
produtores. Eles não consideram a produção informal, garimpeira”, avalia o
diretor administrativo-financeiro da Companhia de Desenvolvimento de Recursos
Minerais da Paraíba (CDRM), Helder Britto. A relevância do potencial mineral da
Paraíba, segundo Helder, prende-se à sua capacidade de fornecer matérias primas
e insumos para a indústria de transformação e da construção civil, viabilizando
os empreendimentos e agregando valor a toda a cadeia produtiva.
A
atividade relacionada ao setor mineral na Paraíba funciona, também, como uma
importante fonte geradora de emprego e renda, tanto para o segmento da pequena
produção, a exemplo da produção garimpeira desenvolvida, em especial, na região
do Seridó, quanto para o setor de larga produção. Este segundo segmento
envolve, por exemplo, as grandes jazidas de calcário sedimentar que ocorrem na
faixa litorânea do Estado, as quais viabilizam a indústria cimenteira e dão
suporte para que a Paraíba continue sendo o segundo maior produtor de cimento
do Nordeste.
Compondo
a base da economia alicerçada no setor mineral do Estado, as jazidas de
calcário metamórfico, de distribuição generalizada no pré-cambriano do Estado,
fornecem a matéria prima para a fabricação de cal (calcário calcítico) e para
uso na calagem de solo para agricultura (calcário magnesiano). Já as jazidas de
argila viabilizam a produção de cerâmica vermelha, que por sua vez, aliada às
de brita, areia, saibro, rochas ornamentais (quartzitos e granitos) e de
cerâmica branca, alimentam as obras da construção civil.
Pedras
da Paraíba – A Paraíba é o maior produtor de bentonita (argila
montmorilonítica) do País. A bentonita é um mineral de larga aplicação como
componente de lama de perfuração de poços. A ilmenita e o rutilo, que
juntamente com a zirconita (zircônio), são extraídos no município de Mataraca,
constituem a maior jazida tipo “placer” do país. Os dois primeiros minerais
(ilmenita e rutilo) são utilizados na fabricação de pigmentos, e o último
(zirconita) em pisos e revestimentos. No Seridó paraibano, na chamada Província
Pegmatítica da Borborema, é abundante a ocorrência de pegmatitos ricos em
minerais industriais como quartzo, feldspato, caulim e mica, além de minerais
metálicos como a tantalita-columbita (fontes dos elementos tântalo e nióbio),
cassiterita (mineral de estanho) e gemas como água marinha e turmalina.
Nesta
região, segundo a CDRM, a relevância da produção mineral se prende ao aspecto
social, além do econômico. “A atividade é da pequena mineração, intensiva em mão
de obra e carente de recursos. Sob o aspecto econômico, os citados minerais não
metálicos produzidos têm seus principais usos como insumos em vários ramos industriais,
como, por exemplo, na indústria do vidro, da cerâmica branca, do papel e da
borracha”, explica Helder Britto. “A mica é usada como isolante elétrico, e o
Feldspato utilizado é proveniente também de rochas – os Sienitos” acrescenta.
Fonte do Texto :
www.paraiba.pb.gov.br
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