“A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA...” POR FABIANA AGRA

Fabiana Agra
Ao ver a beleza do recém-inaugurado relógio de pedra da Praça João Pessoa, em Picuí e, ao mesmo tempo, ao ler os reclames de alguns internautas exigindo melhorias básicas no saneamento e na infraestrutura da cidade, me ponho a pensar: será que ao povo só o básico? Será que o povo não tem direito à diversão, lazer e arte? E ainda me fiz outra pergunta, essa ainda mais pertinente: como uma cidade pode atrair turistas se não oferecer nada para eles visitarem ao menos em seu centro?

Ao responder estas duas perguntas, pude me preparar psicologicamente para enfrentar a patrulha ideológica de meus pares, em relação à minha defesa acerca da revitalização da Praça João Pessoa. Até 2008, o centro de Picuí era feio de se ver, convenhamos. Aquelas barracas de zinco, tal monstros enfeiando a paisagem, o ferro de engomar tirando a visão de quem chegava... Enfim. Os visitantes chegavam e nós corríamos para mostrarmos outros horizontes. Após a construção do “Centro de Convivência Pedro Tomás Dantas”, da implosão do “ferro de engomar”, da revitalização da Praça João Pessoa e da construção do relógio de pedra, finalmente o centro de Picuí encontra-se harmonicamente preparado para encher os nossos olhos, e os dos visitantes, de belezas.


Aí os meus amigos mais radicais dirão: “Fabiana endoidou de vez, está defendendo obras inúteis ao invés de lutar pelos benefícios reais para a população picuiense!”. Aí eu respondo: “Meus amigos, vivemos  em outros tempos. Picuí tem um grande potencial turístico e essas obras construídas fazem jus ao seu histórico de “celeiro de minerais”! O relógio de pedra, por exemplo, e segundo o técnico em mineração Antonio Sobrinho, é constituído   de “granito  bordô” –   rocha extraída no município e região para fins ornamentais. Sem contar que a história de Picuí, desde o finalzinho do século XIX, tem o minério como seu elemento propulsor de progresso. Então, tais construções chegam numa boa hora, a hora de mostrar Picuí para o mundo, de mostrar o nosso potencial e o que temos para oferecer.


No entanto, não poderia deixar de cobrar o essencial, é claro. Picuí padece pela falta de um projeto que solucione o esgotamento sanitário da cidade que, devido às suas particularidades geográficas, se constitui num fato de poluição do lençol freático do rio Picuí e, por conseqüência, do Açude de Várzea Grande. É claro que não posso esquecer as dezenas de ruas esburacadas, os esgotos a céu aberto, os canos antigos e sem manutenção que estouram quase todos os dias. E tantos outros problemas, cada um digno de um artigo, pelo menos.
Picuienses, nós temos um município para cuidar, pois não cabe apenas ao prefeito e a seus assessores tocarem a obra, não. Cabe a cada um de nós, na medida do nosso papel enquanto cidadãos, ajudar nessa empreitada. A hora é de exigir, cobrar e realizar. AVANTE, PICUÍ!

Vejam :

Dois exemplos de relógios em praça, só que os relógios são feitos com flores -  em Curitiba (PR) e Garanhuns (PE), servindo  como atrativo turístico.





Garanhuns (PE).











Curitiba (PR)






Fabiana Agra


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