Fonte foto: Facebook Udenilson Ferreira-Picuí-PB |
Há muitos anos escuta-se falar que
no município de Picuí localizado no interior da Paraíba existe um vulcão
“adormecido”, esta história percorre a cidade e região. Atualmente o local passou a ser
visitado por turistas, estudantes, pesquisadores, e pela população local,
que buscam uma resposta para tal fato.
Segundo o técnico em mineração
Antonio de Pádua Sobrinho o Saco do Inferninho como é conhecido é formado por uma montanha
de geometria cônica, com o topo povoado pela vegetação de caatinga o que
torna-se propício para o turismo, onde o visitante pode descansar
enquanto observa os vales e elevações da região, devendo tornar-se uma das
atrações turísticas mais apreciadas do Seridó paraibano e com certeza é mais um ponto geoturístico de Picuí. Quanto à existência ou não do vulcão
estudos futuros responderão tal fato.
" Um vulcão
tecnicamente falando é uma estrutura geológica por onde extravasa o magma
(material em estado de fusão que existe abaixo da superfície terrestre) e que
ao chegar à superfície leva o nome de lava, resfriando quando chega à superfície
da Terra esse material "petrificado" damos o nome de rocha vulcânica
(um tipo de rocha ígnea).O exemplo mais comum é o basalto. Pelo
fato de existir no local (saco do inferninho) rochas vulcânicas
(basaltos)algumas pessoas caracterizam esse local como um vulcão embora, devemos lembrar que nem sempre
é necessário ter um vulcão para gerar rochas vulcânicas” Disse
“ Em conversa o pesquisador, geólogo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN), Marcos Nascimento, ele me disse que ainda não podemos afirmar que se trata de um vulcão que entrou em erupção ou mesmo suas rochas se formaram sob a forma de um derrame, como os basaltos do Paraná, o que realmente pode ter ocorrido no local foi uma abertura de espaço por meio de fraturas na crosta terrestre, por onde o magma subiu até a superfície e literalmente "derramou", mas não necessariamente como um vulcão. São na verdade rochas basálticas com idade em torno de 25 milhões de anos atrás (a exemplo do Pico do Cabugi, no RN). ” Destacou Sobrinho
Já em contato com o
pesquisador, geógrafo e professor da UFPB, Leonardo Figueiredo quando falamos
em vulcão, lembramos logo de uma forma típica cônica gerada pela deformação da
crosta quando do extravasamento do magma. Essa forma pode ainda ser originada
pela deposição de camadas sucessivas de magma que vão se sobrepondo e
aumentando a declividade na medida em que o cone vai ganhando altura.
Perguntado sobre a existência do
Vulcão no local (Saco do Inferninho). O mesmo também falou que avaliando
as fotos do local é levado a concordar com os pesquisadores
que sugerem que ali pode ter ocorrido ao invés de um vulcanismo explosivo,
apenas um derrame de magma básico, originando os depósitos de basalto ali
identificados. E que aparentemente também não são ali identificadas estruturas
remanescentes (neck, por exemplo) de vulcões extintos e “vítimas” dos
processos erosivos, o que corrobora com a ideia de um derrame basáltico. Sobre
possibilidades de reativação, talvez fosse o ponto a ser estudado, mas também
acho um tanto remota essa possibilidade, dada a estabilidade geológica que
nossa região apresenta há alguns milhões de anos já.
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