Foto: Fabiana Agra e Sobrinho |
Em um
dos capítulos do livro a escritora destaca a atividade mineral da região.
Segundo Fabiana agra boas fontes bibliográficas são imprescindíveis para
qualquer pesquisa; e que neste novo trabalho, ela esta tendo a sorte de contar
com excelentes fontes relativas à mineração - dentre elas a monografia de
Olivânio Remígio e vários trabalhos de Antonio De Pádua Sobrinho.“ Estou impressionada com os dados - como
Picuí ainda é rico em minerais... E como quase nada fica para nossos garimpeiros.”
Disse
Em entrevista concedida, o técnico em mineração Antonio De Pádua Sobrinho atenta para o fato de que, devido à exploração das jazidas no município de Picuí ser feita essencialmente a céu aberto, sem planejamento, através de garimpos, a atividade termina gerando grandes impactos ambientais, “tornando-se um enorme desafio ao paradigma atual de desenvolvimento sustentável, uma vez que a degradação ambiental se dá a passos largos pela lavra predatória, trazendo como consequência a destruição do habitat natural, desperdícios e exaustão acelerada dos bens minerais, problemas socioeconômicos e de saúde do trabalho para as famílias envolvidas na pequena mineração”.
Sobrinho acrescenta
que a atividade mineira sem planejamento tem causado, além de sérios prejuízos
ambientais, grandes impactos sociais, somados à problemas de saúde da população
envolvida, essencialmente devido ao descumprimento da legislação. Ele continua:
“os garimpeiros, pelo fato de trabalharem na total clandestinidade, pelo baixo
nível de escolaridade, por nunca terem se organizado em cooperativas, não
participarem de programas de capacitação técnica, desconhecem completamente os
prejuízos causados pela baixa produtividade da lavra mineral predatória. É
notório as relações desfavoráveis entre os pequenos mineradores e
atravessadores na comercialização do produto ao longo de décadas, que paga
preços irrisórios pelo minério na boca da mina, e repassa a preços de mercado
para as indústrias de beneficiamento”.
Assim, o que se observa nas jazidas da
região, é o rejeito da mineração ser descartado em áreas adjacentes aos
garimpos sem nenhuma seleção de material, sem cuidado para evitar que venham a
ser carreados pelas enxurradas encosta abaixo, provocando o assoreamento de
córregos, rios e barragens à jusante. É importante citar a emissão de
particulados provenientes das frentes de lavra, ocasionadas pelo desmonte da
rocha, utilizando-se de ferramentas rudimentares ou explosivos, modificando a
qualidade do ar, sem uso de EPIs, comprometendo a segurança no trabalho,
gerando acidentes e problemas de saúde irreversíveis, principalmente,
principalmente mutilação de membros e contração da silicose pelos
garimpeiros".
Trecho do livro "Picuí do Seridó: Século
XX (1900-1950), com lançamento previsto para novembro de 2014.
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