A
pedido dos alunos do prof. Antonio de Pádua da turma do 3º ano de Santa Luzia
(Paraíba) escrevi este artigo falando do SIGMINE
do DNPM. O SIGMINE - Sistema de Informações Geográficas da Mineração,
desenvolvido pela Coordenação de Geoprocessamento – CGEO/CGTIG, tem como
objetivo ser um sistema de referência na busca de informações atualizadas
relativas às áreas dos processos minerários cadastrados no DNPM no Brasil,
associadas a outras informações geográficas de interesse ao setor produzidas
por órgãos públicos, proporcionando ao usuário uma consulta aos dados e
análises relacionais de caráter espacial.
Este
sistema possui uma interface bastante amigável, onde com apenas uma barra de
ferramentas reúne todos os comandos em forma de botões com funções únicas,
levando a seta do mouse em cada ícone do botão é demonstrado o nome de sua
função.
A
tela de trabalho do SIGMINE é o mapa do Brasil, onde é demonstrado as divisas
de todos os estados da federação e o distrito federal: no canto superior
direito da tela pode-se alternar para a visualização de apenas o mapa geopolítico;
ou do mapa com a imagem de satélite ou das rodovias federais e estaduais.
Nesta
versão do sistema, as informações são georreferenciadas e apresentadas por
mapas digitais no formato vetorial e raster, no datum SIRGAS 2000. Cada tema é
disposto como uma camada que, ao se associar uma à outra(s), permite realizar
diferentes tipos de consultas e análises, com a possibilidade de fazer
pesquisas e a inserção de informação espacial de interesse do usuário.
Sabendo
disso o usuário do SIGMINE tem que ter alguns conhecimentos específicos para
melhor utilização dessa ferramenta, descritos abaixo algumas:
1º)
Sistema Geodésico de Referência
Atualmente
os sistemas geodésicos de referência são constituídos por redes de referência.
São pontos materializados no terreno cujas coordenadas são determinadas através
de técnicas espaciais.
As
redes podem ser:
-
Globais (IGS) - International GPS Service for Geodynamics;
-
Continentais (SIRGAS);
-
Nacionais (RBMC – Estações no Google Earth .KMZ);
-
Regionais (Rede GPS do estado de São Paulo).
DGH
- Datum Geodésico Horizontal Geodésico Horizontal – Sistema Geodésico Sistema
Geodésico. Ao adotar um elipsóide que se ajuste ao geóide de uma região,
define-se um Datum Geodésico. Datum Geodésico Horizontal (DGH) adota:
Elipsóide
de referência: fixação e orientação no espaço. Ponto origem: atribui
coordenadas geodésicas, altura geoidal e um azimute de partida.
Sistema
Geodésico definido:
Define-se
o sistema geodésico através da escolha do DGH. Ex.:
SAD-69,
SIRGAS
Sistema
Geodésico materializado:
Sua
materialização são os marcos de referência e suas coordenadas.
2º)
Sistema Geodésico Brasileiro
No
Brasil, o Datum Horizontal utilizado para levantamentos topográficos até 1979
era o de Córrego Alegre, cujo elipsóide de referência era o de Hayford. A
partir daquele ano foi usado o Datum Chuá, cujo elipsóide é o de referência 67
os parâmetros de conversão entre SAD69 e WGS84 foram apresentados oficialmente
pelo IBGE em 1989. Sistema geocêntrico (elipsóide global), ao contrário do
sistema topocêntrico do SAD69 (elipsóide local).
Atualmente,
a Resolução do Presidente do IBGE Nº 1/2005 estabeleceu o Sistema de Referência
Geocêntrico para as Américas (SIRGAS) – em sua realização do ano de 2000
(SIRGAS2000) – como novo sistema de referência geodésico para o Sistema
Geodésico Brasileiro (SGB) e para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN).
O
SIRGAS 2000 compreende um sistema geodésico de referência (sistema de
coordenadas) que permite a localização geográfica de precisão de pontos na
América do Sul, Central e Norte.
Os
principais Atributos do SIRGAS2000 são:
·
Datum: Geodetic Reference System 1980
(GRS 80), idêntico ao Datum do WGS 84;
·
Geocêntrica, ou seja, o ponto de origem
é calculado no centro da Terra (geóide);
·
Cadastro geográfico de lotes rurais.
Segundo
a resolução Nº 1/2005, se estabelece um período de transição não superior a dez
anos, onde o SIRGAS2000 pode ser utilizado em paralelo com o SAD 69 para o SGB
e com o SAD 69 e Córrego Alegre para o SCN.
3º)
Arquivos de dados vetoriais e com feições geográficas
Os
principais tipos de arquivos que o SIGMINE trabalha são shapefile (.shp), kmz e
kml.
O
shapefile é um formato de armazenagem de dados vetoriais da Esri para armazenar
a posição, formato e atributos de feições geográficas. É armazenado como um
conjunto de arquivos relacionados e contém uma classe de feição. Os shapefiles
geralmente contêm grandes feições com muitos dados associados e foram
historicamente utilizados em aplicativos GIS desktop, tais como, ArcGIS for
Desktop e ArcGIS Explorer Desktop. Se você tiver uma quantidade pequena de
dados em um shapefile —geralmente menos que 1.000 feições —você poderá
torná-los disponíveis para outros visualizarem via navegador da web,
adicionando como um arquivo.zip contendo os
arquivos .shp, .shx, .dbf e .prj no mapa que você
criará com o visualizador de mapa.
KML
é um formato de arquivo usado para exibir dados geográficos em um navegador da
Terra, como Google Earth, Google Maps e Google Maps para celular. O KML utiliza
uma estrutura de tags com elementos e atributos alinhados e se baseia no padrão
XML (eXtensible Markup Language é uma recomendação
da W3C para gerar linguagens de marcação para necessidades
especiais)
Os
arquivos KMZ são muito similares aos arquivos ZIP. Eles permitem que você
empacote vários arquivos juntos, comprimindo o conteúdo para tornar o download
mais rápido. Com isso, você pode agrupar imagens com o seu arquivo KML, se
desejar.
Com
estes conhecimentos a navegação, importação e exportação dos dados se tornam
mais eficientes dos processos minerários, pois na opção camadas do SIGMINE eu
visualizo, a grade de Latitude e Longitude, dados do DNPM, Serviço Geológico do
Brasil – CPRM, base cartográfica e áreas especiais. Todas estas informações
podem ser exportadas nos formatos shapefile ou kmz, ou ainda adicionar um
arquivo para melhor analise do local de interesse.
Aumentando
o zoom em um dos estados por exemplo, as informações ficam mais visíveis,
aliado a ferramenta de desenho (botão desenhar) pode criar desenhos a mão livre
para análises e tomadas de decisão.
Outra
ferramenta muito interessante é a pesquisa, através da qual podemos procurar
pelo número do processo, área de servidão, assentamentos entre outros. Opção extremamente
interessante para quem trabalha com pesquisa mineral e controle de processos.
Todas
as informações disponibilizadas no SIGMINE pelo DNPM e pelos órgãos públicos
são oficiais e atualizadas conforme a periodicidade disponibilizada por cada
instituição, sendo que, pelo fato da base do DNPM ser dinâmica, os dados dos
processos minerários são atualizados diariamente às 24h, apresentando em sua
visualização a defasagem de um dia.
O
SIGMINE possui caráter meramente informativo, portanto, não dispensa o uso dos
instrumentos oficiais pertinentes para produção de efeitos legais. As informações
são disponibilizadas na medida em que são inseridas na base de dados pelos
servidores do DNPM.
Por
fim o bom conhecimento nessa ferramenta pode ser uma grande vantagem, pois as
informações de localização correta de uma jazida, evita multas bem como cria
estratégias para um aumento de reserva por exemplo, e o trabalho com o SIGMINE
abre novos horizontes que são utilizar softwares GIS e CAD.
Turma
do 3º ano de Santa Luzia, espero que tenham gostado e qualquer dúvida ou crítica
enviem um para e-mail jony_lima@yahoo.com.br.
"Educar
é viajar no mundo do outro, sem nunca penetrar nele. É usar o que pensamos para
nos transformar no que somos." (Augusto Cury)
Fontes:
SITE DO DNPM:
disponível em <http://sigmine.dnpm.gov.br/webmap/>. Acesso em: 22 mar. 2016, as 11:40
SITE DO INSTITUTO DE
AGRONOMIA – UFRRJ – http://www.ufrrj.br/lga/tiagomarino/aulas/3%20-%20Conceitos%20de%20Geodesia.pdf
Acesso em: 22 mar. 2016, as 11:42
MIRANDA, J.I.
Fundamentos de Sistemas de Informações Geográficas. Embrapa Informática e
Agropecuária, Brasília-DF. 2005.
SITE DO MUNDO GEO - http://mundogeo.com/blog/2005/03/10/sirgas-e-o-novo-referencial-geodesico-para-as-americas-2/
Acesso em: 22 mar. 2016,as 11:45
SITE DO ARCGIS BRASIL -
http://doc.arcgis.com/pt-br/arcgis-online/reference/shapefiles.htm
Acesso em: 22 mar. 2016, as 11:45
SITE DO GMAPAS - http://www.gmapas.com/deposito-kml
Acesso em: 22 mar. 2016, as 11:50
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