Em meados de 2012, um grupo de amigos
da cidade Santa Luzia, Paraíba, dentre eles o advogado Santaluziense, Rodrigo
Morais, encontraram o que eles dizem ser uma pegada de dinossauro. A notícia
ganhou destaque em vários blogs, sites, jornais e, inclusive, em redes de
televisão do estado tendo grande repercussão na cidade que até hoje não sabe se
de fato é uma pegada ou não de dinossauro.
Veja como tudo começou - http://g1.globo.com/pb/paraiba/jpb-2edicao/videos/v/grupo-de-amigos-garantem-ter-descobrido-pegada-de-dinossauro-na-cidade-de-santa-luzia-pb/2142915/
Acreditado na possibilidade de que no
local realmente existe a tal "Pegada de dinossauro", passados exatamente 04 anos
do fato o advogado entrou em contato com o Técnico em Mineração e pesquisador Antonio de
Pádua Sobrinho, recém-chegado na cidade e interessado
pelo assunto, o Técnico ouviu atentamente a história contada por Rodrigo que
o convidou para ir até o local e ver in loco o que ele estava falando.
Segundo Pádua, pelo fato das rochas existentes no
local se tratarem de rochas cristalinas, e icnofósseis ocorrerem essencialmente
em rochas sedimentares, a tal forma não se trata de uma "PEGADA DE
DINOSSAURO", ou seja, esse formato é fruto do processo de formação da
rocha ou de seu intemperismo.
“A
essas semelhanças encontradas nas rochas com formas do cotidiano, a ecóloga
Carla Soares Borba tem as definido pelo termo de geoformas. As geoformas seriam
“todas as formas percebidas nos elementos da geodiversidade e que por processos
de associação, remetem o imaginário à imagens conhecidas como formas
animais/humanas ou pseudo vestígios” (Borba e Meneses, 2013). De forma
simplificada, o que gera uma geoforma é a associação com imagens conhecidas
quando visualizamos a rocha ou alguma forma de relevo, esta comparação de
imagens deve-se a uma reação que acontece no cérebro, denominada de pareidolia no qual essas formas esculpidas nos elementos da
geodiversidade chamamos de geoformas. .As geoformas são
elementos bem comuns de se encontrar e, como exemplo, no estado da Paraíba,
temos a Pedra do Capacete (Cabaceiras - PB), a Pedra da Boca e a Pedra do
Coelho (Araruna - PB). Algumas geoformas tem expressividade a nível nacional
como a Pedra da Galinha Choca (Quixadá - CE).” Frisou
" Apesar de não ser uma " Pegada de dinossauro" esse
local pode ser usado como atrativo turístico e tornar-se fonte de emprego e
renda na região, além de ser utilizado de forma didática, onde alunos poderão
entender os processos que resultaram nessa suposta “Pegada de dinossauro” que
movimentou a cidade e região. Tenho visitado alguns pontos geológicos da
cidade de Santa Luzia que são propícios para o turismo, dentre eles o famoso "Banheiro de Pedra"a "Serra Redonda" o Pico do Yayu, dentre outros, esses locais sem dúvidas podem ser usados
para atrair turistas para conhecerem essas diferentes geoformas existentes na
região, e dessa forma movimentar a economia local.” Concluiu Pádua.
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